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A verdade é simples. Vivemos rodeados de tecnologia que regista quase tudo o que fazemos. Nada disto é novo, mas tornou-se tão normal que já quase não reparamos. Cada gesto online deixa rasto: pesquisas, mensagens, fotografias, cliques inocentes. Aos poucos, constrói-se um retrato digital que acaba por ser mais detalhado do que aquele que mostramos no dia a dia.
Isto traz um problema. Perdemos uma parte da nossa privacidade sem dar por isso. Não porque fizemos algo errado, mas porque a própria internet funciona assim. A boa notícia é que ainda há formas de reduzir essa exposição. Não dá para desaparecer. Dá, sim, para recuperar algum controlo.
E como a maioria de nós usa Instagram, WhatsApp e Facebook todos os dias, nesta edição mostro como podes limitar o que a Meta aproveita para treinar os seus modelos de IA. Pequenas mudanças que ajudam a proteger a tua privacidade num mundo que já vive mais atento aos nossos dados do que nós próprios.
TUTORIAIS E PROMPTS
Como proteger a tua privacidade no Facebook, Instagram e Whatsapp
A Meta explica que usa conteúdos publicamente disponíveis nas suas plataformas para treinar os modelos de IA que alimentam funcionalidades como:
sugestões automáticas
descrições de imagens
ferramentas generativas
chatbots no Instagram e Messenger
Isto inclui textos, fotos, vídeos e interacções públicas como comentários e likes em conteúdos abertos. E, segundo a própria Meta, esse treino pode envolver publicações feitas antes da implementação das novas políticas de IA.
O que é o opt-out e porque não chega
Existe um formulário onde podes pedir para que os teus dados deixem de ser usados para treino futuro. Mas há limites importantes:
só se aplica ao futuro. Dados já usados continuam nos modelos
pode ser rejeitado se a Meta invocar “interesse legítimo”
tens de submeter pedidos separados por cada conta
o processo é pouco intuitivo, o que já levou muitos utilizadores a nem encontrarem a opção
Ou seja: o opt-out não impede o acesso aos teus dados. Tenta apenas limitar o uso daqui para a frente, sem garantias fortes (infelizmente).
O verdadeiro problema: o cruzamento de dados
A Meta sempre teve acesso ao que publicas. O risco hoje é a escala. Quando combina padrões de linguagem, horários, preferências, interacções e comportamento, a empresa consegue criar modelos capazes de:
prever o que podes vir a comprar
identificar estados emocionais
ajustar conteúdo para maximizar retenção
direcionar publicidade com enorme precisão
Mesmo que não publiques nada “privado”. Basta usares as plataformas. Privacidade não é deixar de usar as plataformas. É impedir que consigam juntar informação desnecessariamente para traçar um perfil detalhado sobre ti.
Como fazer opt-out
Vai às definições do Facebook ou Instagram
Entra em Centro de Privacidade
Procura “IA na Meta”
Seleciona “Informações que que partilhaste nos produtos da Meta”
Preenche o formulário
Aguarda a resposta
É burocrático. E é suposto ser.
Como te protegeres
1. Limita o que é público
Revê posts antigos, fotos, comentários e a tua biografia. Tudo o que está público pode ser usado no treino.
2. Evita revelar padrões
Rotinas, locais frequentes ou horários previsíveis dão sinais que os modelos conseguem interpretar.
3. Não uses login com Facebook/Instagram
Cada app ligada aumenta o teu perfil digital.
4. Protege o ambiente digital
Navegadores com proteção de rastreamento, extensões anti-tracking e VPN ajudam a reduzir sinais.
5. Faz opt-out
Não resolve tudo, mas acrescenta uma camada de proteção e regista a tua oposição.
Conclusão: não é sair da Meta. É recuperar controlo ao máximo
As plataformas avançam mais depressa do que as leis. Se não definires limites, alguém os define por ti. Privacidade na era da IA não exige medo. Exige intenção. Pequenas decisões reduzem significativamente o que acaba a alimentar modelos que nunca autorizaste treinar.
ÚLTIMAS DE IA
Três anos depois de o ChatGPT forçar Sundar Pichai a acionar um “Code Red” dentro da Google, a história inverteu-se. Agora é Sam Altman, CEO da OpenAI, quem soou o alarme. Num memorando interno revelado pelo The Information, Altman declarou um “Código Vermelho” para mobilizar recursos e responder à ameaça crescente do Gemini 3.
Porque importa:
O regresso da Google: O Gemini 3 surge como o primeiro modelo da empresa a ultrapassar o GPT-5 e já soma 650 milhões de utilizadores mensais.
Pressão máxima na OpenAI: Altman anunciou que a empresa vai adiar projetos, incluindo ads, para priorizar melhorias no ChatGPT e o lançamento de um novo modelo de raciocínio.
Opinião: A rivalidade entre OpenAI e Google regressa ao seu ponto mais intenso desde 2022. Mas desta vez, é a OpenAI que está a ficar para trás. Com concorrentes como Anthropic e Meta a acelerar Altman sabe o ChatGPT precisa voltar a surpreender, ou o trono da IA poderá mudar de mãos outra vez.
Investigadores descobriram que o Claude 4.5 Opus consegue reproduzir, de forma estável, partes de um alegado documento interno de valores usado no treino. A origem exata continua incerta.
Porque importa
Memória comprimida nos pesos: Revela possíveis vestígios de dados de alinhamento comprimidos nos pesos, levantando questões sobre transparência e segurança.
Risco operacional real: Mostra que modelos avançados podem expor conteúdo de treino não público através de prompts específicos, aumentando riscos operacionais para equipas de IA.
Opinião: Acho que o mais interessante disto nem acaba por ser a questão dos documentos não públicos e a parte de transparência dos treinos. Mas sim o facto do modelo se dirigir tão bem ao que se refere como alma dele. Estaremos mais perto de algo mais parecido connosco?
Estudo interno da Anthropic mostra que Claude já está em 60% do trabalho, aumenta produção em 50% e está a evoluir a forma como as carreiras de engenharia funcionam atualmente.
Porque importa
Produtividade aumentada: Claude acelera debugging, novas features e “papercuts”, gerando mais 50% de output e criando 27% de trabalho que antes nem se fazia.
Risco de competências e isolamento: Menos prática profunda e menos pedidos a colegas podem degradar perícia técnica e mentoria, aumentando o risco de aceitar más decisões da IA.
Opinião: Mesmo com estes dados, a própria Anthropic revela alguns key features que serão essenciais nesta era: confiar mas confirmar; aprender com as ferramentas e aprender a adaptar às mudanças rapidamente.
FERRAMENTA
Runway Gen-4.5: Vídeo IA com mais realismo, mais controlo e menos artefactos
A Runway apresentou a nova versão do seu modelo de vídeo, o Gen-4.5, que chega como um passo intermédio mas muito substancial rumo ao Gen-5. Esta atualização melhora sobretudo realismo, coerência e movimento, e é uma das versões mais estáveis que a plataforma já lançou.
O que traz de novo o Gen-4.5
Texturas muito mais naturais: pele, cabelo, superfícies e ambientes ganham detalhe extra, com menos “plastificação”.
Movimento mais suave e previsível: o modelo é melhor a lidar com ação contínua e movimentos complexos, reduzindo quebras e distorções.
Coerência de personagem reforçada: faces e corpos mantêm aspecto consistente ao longo do clip, algo que faltava em modelos anteriores.
Luz e sombras mais realistas: cenas dinâmicas, exteriores e interiores ganham profundidade e contraste mais fiéis.
Melhor compreensão de estilo: tens mais controlo sobre cinematografia, framing e estética, com prompts mais simples.
Para quem é?
Para criadores que querem resultados rápidos e de alto impacto visual sem esperar por modelos como o Sora 2 ou Veo Fast. O Gen-4.5 está disponível diretamente no Runway, não exige setup, e dá resultados sólidos logo nos primeiros prompts.
Porque vale a pena testar já
A Runway continua a ser uma das ferramentas mais acessíveis para quem quer gerar vídeo de forma criativa, mesmo sem experiência técnica. Esta versão é particularmente forte para conteúdo social, publicidade curta, motion design e storytelling rápido.
Se procuras vídeos estáveis, expressivos e com “look” cinematográfico sem saltar para ferramentas mais complexas, o Gen-4.5 é um ótimo ponto de partida.
FERRAMENTAS QUE USO
Surfshark — VPN rápida e segura para navegação sem limites. [2 meses grátis + 79% off]
ElevenLabs — Clonagem de voz natural para vídeos e podcasts.
ManyChat — Automatiza WhatsApp/IG/FB e capta leads 24/7. [-30% por 3 meses]
Lovable — Cria websites/landing pages com IA em minutos, prontos a converter.
A IA não é o problema. O verdadeiro risco surge quando a tecnologia avança mais depressa do que a nossa capacidade de controlar o que fazemos com os dados. A Meta parte do princípio de que a maioria das pessoas não vai mexer nas definições de privacidade. Mostra-lhes que não é bem assim.
Revê o que partilhas, ajusta as tuas opções e lembra-te: cada sinal que deixas de entregar é um pedaço da tua liberdade digital que continua nas tuas mãos.
Até à próxima edição! E lembra-te, quando se trata de inteligência artificial, "AI é Fácil!”💡
Um abraço,
Tiago

