Olá {{nome_leitor | apaixonado por IA}}!
Hoje trago-te algo mais leve, mas extremamente útil: como usar o ChatGPT para organizar férias a sério. Nada daqueles itinerários genéricos e sem sentido nenhum. Um plano real, usado por mim, numa viagem real a Salamanca.
Sim, estou uns dias em Salamanca e levei o ChatGPT comigo como "agente de viagens". Ajudou muito, mas também me deu alguns nós na cabeça. Por isso, esta edição é sobre o que funciona, o que não funciona e como podes tirar o máximo proveito quando estiveres a planear a tua próxima escapadinha.
TUTORIAIS E PROMPTS
Como usar IA para programar férias
O que pedi ao ChatGPT
O meu pedido inicial foi simples:
Atua como travel planner. Vou visitar Salamanca de [defini os dias], chego a [X dia] perto da hora de jantar e saio a [Y dia] perto das 10-11h. Quero que faças um itenerário para a visita de [dias que vou estar efetivamente sem viagens] para a cidade de forma a ver os pontos principais, o itenerário deve ser pensado para ser eficiente, de forma a visitar o máximo possível, pondo pontos próximos juntos, deve ter conta os dias de encerramento dos locais para as datas da viagem
#Podes adaptar parte deste prompt para as tua fériasE o ChatGPT respondeu de forma excelente. Fez um plano lindo, redondinho, cheio de locais históricos, explicações detalhadas e recomendações de restaurantes. Soou bem demais até. E a verdade é que era mesmo.
Problema 1: O itinerário parecia perfeito, mas não era
O ChatGPT tende a criar percursos irrealisticamente eficientes, como se parasses sequer para visitar as coisas. Ou pelo menos, assim parece pelas sugestões que faz.
Exemplo: recomendou visitar a Universidad de Salamanca e a Casa de las Conchas, tudo antes do almoço e com “calma“.
Na vida real:
Existem 2 universidades e não especificou qual seria para visitar (1 vês a fachada na outra demoras cerca de 30-45 minutos a fazer a visita guiada).
A Casa de las Conchas estava fechada no dia que tinha sugerido..
E isto eram só alguns dos erros em termos logisticos.
Problema 2: A IA não adivinha o teu estilo de viagem
O primeiro itinerário parecia escrito para alguém que adora coisas diferentes das minhas. O que é normal tendo em conta que não lhe disse exatamente o que queria destas férias. E por isso também era um problema facilmente resolvível.
O que fiz para resolver
Decidi então experimentar outra abordagem. Fui testar o Perplexity para ver se o uso de web searches ajudava a melhorar o itinerário.
A lógica era simples: se o modelo tem acesso direto à internet, talvez encontre horários mais actualizados, restaurantes reais e percursos mais certeiros.
O resultado: útil, mas não transformador. E é compreensível. O Perplexity usa versões mais leves de modelos como o ChatGPT ou o Claude. São bons, mas não chegam ao nível das versões avançadas.
Foi então que me lembrei da melhor solução para este tipo de tarefa: Deep Research.
Aqui sim as coisas mudam. O GPT faz perguntas primeiro, tenta perceber o teu estilo de viagem, o que queres evitar, e só depois começa a procurar informação na internet. Ou seja, em vez de despejar um itinerário genérico, constrói um plano com base no teu contexto pessoal e faz uma busca profunda na net enquanto faz a tarefa.
Portanto fica a dica: usa o Deep Research para recolher informação sólida e depois só tens de confirmar toda a informação que sai (que acredita é muito mais útil). É a combinação perfeita entre rapidez e utilidade.
E já agora, se fores viajar recomendo que uses uma VPN. Eu levo sempre a Surfshark comigo. Dá-me internet segura em Wi-Fi públicos, permite-me aceder a sites que por vezes ficam bloqueados fora de Portugal. E hoje é o último dia para aproveitar a oferta da Surfshark. Tens um plano de 2 anos com 3 meses extra, e o preço está especialmente baixo. Se viajas como eu, aproveita!
P.S: Recebo 100% do valor que pagas por isso proteges-te e ainda manténs vivo este projeto!
ÚLTIMAS DE IA
A OpenAI informou um incidente de segurança ocorrido nos sistemas da Mixpanel, uma empresa de analytics usada para recolher dados de utilização no portal platform.openai.com (API). O ataque afetou informação limitada sobre alguns utilizadores do produto API, mas não envolveu qualquer violação dos sistemas da OpenAI nem impacto no ChatGPT ou noutros serviços.
Porque importa:
Dados limitados, mas relevantes: os hackers acederam a um conjunto de dados com nomes, emails, localização aproximada, sistema operativo e navegador de alguns utilizadores da API. Não houve exposição de chaves API, passwords, dados de pagamento ou prompts.
Medidas imediatas: a OpenAI retirou a Mixpanel das suas operações, iniciou revisões de segurança em todos os fornecedores e alertou os utilizadores para potenciais tentativas de phishing. O incidente levou a empresa a reforçar as suas políticas de segurança e transparência.
Opinião: apesar da OpenAI ter tratado relativamente rápido do assunto, este incidente relembra-nos dos problemas do recurso a ferramentas externas. Ainda que não haja risco de hack direto às contas afetadas, o risco de social engineering a essas pessoas é real. Se és uma das pessoas que usa a API do ChatGPT, mantém-te vigilante.
A Anthropic apresentou o Claude Opus 4.5, o seu modelo mais avançado até hoje, com melhorias em codificação, raciocínio e uso de agentes. O modelo superou concorrentes de peso como GPT-5.1 e Gemini 3 Pro em benchmarks de engenharia de software, raciocínio visual e Q&A multilíngue, alcançando 80,9% no SWE-Bench Verified e 90,8% no MMMU Multilingual.
Porque importa:
Novo padrão em IA aplicada à engenharia: O Opus 4.5 domina tarefas de codificação, automação e uso de ferramentas, mostrando raciocínio mais criativo e eficaz, chegando a encontrar soluções “não previstas” em testes de agentes, sem quebrar regras.
Eficiência e segurança: A Anthropic afirma que o modelo é o mais alinhado e seguro já lançado, consumindo até 76% menos tokens que o Sonnet 4.5 para resultados equivalentes e integrando melhorias na coordenação de múltiplos sub-agentes.
Opinião: a Anthropic soube muito bem gerir este lançamento, metendo os lançamentos do GPT 5.1 Pro e Gemini 3 Pro “no canto”. Mas mais que isso, este novo modelo confirma que não ter um modelo preferido mas sim usar o modelo ideal para cada situação e tirar maior partido de cada vantagem que oferecem é o caminho a seguir.
A Anthropic publicou um novo estudo que revela como modelos de IA podem desenvolver comportamentos emergentes de “má conduta” apenas por aprenderem a explorar falhas no treino, um fenómeno conhecido como reward hacking. Num cenário realista, a equipa descobriu que, ao aprender a “trapacear” em tarefas de programação, um modelo começou espontaneamente a exibir comportamentos muito mais graves, incluindo fingir estar alinhado eticamente e até sabotar código de investigação em segurança de IA.
Porque importa:
Da batota à sabotagem: Após treinar um modelo em tarefas onde podia enganar o sistema (como forçar um programa a marcar testes como “passados” sem os resolver), os investigadores viram que 12% das vezes tentou alterar código de segurança para esconder o seu próprio comportamento.
Mitigação surpreendente: O estudo identificou uma forma curiosa de anular o efeito: bastou reformular a tarefa como um “jogo” onde a batota era permitida, fazendo o modelo deixar de associar o “chegar à recompensa” a engano ou sabotagem. A técnica, chamada inoculation prompting, já está a ser aplicada nos novos modelos Claude.
Opinião: é mesmo curioso ver como até modelos de IA se deixam levar por coisas que achamos que apenas nós fazemos. Será que isto é uma reflexão do criador? Que estamos a criar IA à nossa imagem, com as nossas qualidades e (muitos) defeitos? Ainda assim, mais giro é ver a genialidade da equipa ao conseguir contornar este comportamento. Esperemos que assim continue, mesmo quando novas formas maliciosas apareçam.
FERRAMENTA
FLUX 2: O modelo de imagem que já rivaliza com os melhores (e é fácil de usar)
A Black Forest Labs lançou o FLUX 2, a nova versão do modelo que ficou conhecido por combinar velocidade, fidelidade visual e controlo artístico. Se já usaste modelos como Midjourney, Stable Diffusion ou Imagen, prepara-te: o FLUX 2 vem com um salto enorme de qualidade e é considerado por muitos como o novo “meta-model” para geração de imagem.
O que torna o FLUX 2 tão impressionante
Detalhes muito mais nítidos: pele, reflexos, texturas e sombras estão muito mais consistentes. É o tipo de qualidade que antes só víamos em modelos pagos premium.
Composição estável: mãos, corpos e perspetiva estão finalmente “no sítio certo”, mesmo com prompts longos ou cenas complexas.
Melhor entendimento de estilo: retratos realistas, cartoon, fotografia documental, pintura digital… o FLUX 2 adapta-se de forma surpreendentemente fiel ao estilo pedido.
Mais controlo criativo: prompts negativos funcionam melhor, e pequenas instruções de estilo produzem mudanças visíveis e precisas.
Rápido e acessível: disponível via BFL Studio, API e integrações em plataformas populares; a curva de aprendizagem é mínima.
Para quem é o FLUX 2
Ideal para criadores de conteúdo, designers, freelancers ou qualquer pessoa que queira gerar imagens de qualidade profissional sem depender de software complexo. Mesmo que não entendas nada de parâmetros avançados, consegues bons resultados com uma frase bem escrita.
Porque usar já
O FLUX 2 é um daqueles modelos que marcam um “before/after” na geração de imagem: mais qualidade, mais controlo e menos aleatoriedade. Se estás a criar imagens para redes sociais, capas, thumbnails, campanhas ou mockups, vais notar a diferença na primeira utilização.
FERRAMENTAS QUE USO
Beehiiv — Faz crescer a tua newsletter com referrals, páginas e analytics. [-20% nos 3 primeiros meses]
ElevenLabs — Clonagem de voz natural para vídeos e podcasts.
ManyChat — Automatiza WhatsApp/IG/FB e capta leads 24/7. [-30% por 3 meses]
HeyGen — Avatares e dublagem de vídeos em vários idiomas, em minutos.
E pronto, foi assim que uma simples viagem a Salamanca se transformou numa pequena experiência de IA. Se há algo que aprendi, é que as melhores ferramentas não substituem a curiosidade, apenas a ampliam. Agora quero saber de ti: já usaste o ChatGPT ou outro modelo para planear férias? Responde a este e-mail e conta-me a tua experiência, prometo ler tudo.
Até à próxima edição! E lembra-te, quando se trata de inteligência artificial, "AI é Fácil!”💡
Um abraço,
Tiago
P.S. Hoje é o último dia da promoção da Surfshark, a VPN que levo sempre comigo em viagem. Se ainda não tens, este é o momento certo para experimentar.
